domingo, 19 de dezembro de 2010

Fille (dezessete)

Logo depois da maravilhosa surpresa, recebo uma flor com um bilhetinho escrito 'Fille'; só isso, nada mais. Ainda meio sem saber o que era aquilo, pergunto:
- Amor, o que é Fille?
- Não acredito que você ainda não sabe - ele riu.
Morri de vergonha. Eu deveria saber? Mesmo assim, não desisti:
- Não, não sei. O que é? Vai me falar?
- Awn que bonitinha, não precisa ficar brava. Você é e é minha, são as duas dicas que eu posso te dar - falou e virou, indo para o quarto.
Ah não, ele estava jogando comigo? Ele não pode fazer isso, só eu posso jogar com ele, é meu jogo de sedução; o contrário não pode.
- Amorzinhoooooooooo - já que ele estava jogando, ia jogar também.
- Oi prfeição da minha vida - ele respondeu, rindo.
- Não ri de mim - tentei parecer brava, mas não deu certo, nós dois começamos a rir, ele me puxou e me derrubou na cama. Começou a me beijar do jeito mais fofo do mundo. Sim, depois de tanto tempo juntos, ele ainda conseguia.
- Vou te dando dicas. Tem um presente escondido na casa - ele falou.
Rindo, eu disse:
- Você acha que eu sou criança? Que fofo. Vamos, quero brincar.
'Venha ver o sol' - primeira dica.
- Dã, fácil, janela - saí correndo.
'Posso te esquentar' - segunda dica.
- Você tem lareira aqui, amor? - perguntei.
- Procure - foi só isso que ele disse.
- Há, achei - gritei.
'Vou iluminar o seu dia' - terceira dica.
- Mas amor, isso tá muito fácil - falei, indo para o abajur.
'Estou com fome' - quarta dica.
- Sou muito esperta, óbvio que é o fogão - disse, rindo.
- Ou não, não esquece que eu sou uma pessoa prática - ele disse.
- Tá, o microondas - falei, rindo.
'Eu te amo' - quinta e última dica.
- Amoooooor - falei, procurando-o.
Cadê ele?
- Estou aqui, amor - ouvi sua voz.
Quando eu abri a porta, não acreditei.

Continua,
A Menina

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Fille (dezesseis)

- Fala, amor - não estava aguentando mais.
- Calma, preciso me preparar - disse ele, na maior tranquilidade.
Fiquei ali esperando, olhando para cara dele enquanto ele ficava olhando para o teto e ficava meio que relembrando tudo o que tinha pra me dizer.
- Amor? - perguntei.
- Cada vez que você me chamar, vou demorar mais um pouquinho - ele disse, e riu.
'Ei, não tem graça', pensei.
- Pronto - ele disse, e ficou parado.
- Então? - falei.
- Antes eu preciso fazer uma coisa - disse.
- Aaaaah - berrei.
Ele foi chegando perto de mim, me mandou fechar os olhos, segurou no meu queixo e me beijou. Depois de tanto tempo juntos, ele ainda conseguia me surpreender a cada beijo, era mágico, incrível, eu adorava.
- Agora sim, posso começar, certo? - ele perguntou.
- Mas é óbvio que sim - respondi.
- Então eu vou lá pegar - saiu.
Oi? Como assim? Não estou entendendo mais nada. Sentei no sofá e fiquei olhando pela janela, enquanto o esperava. Ele estava demorando, mas tudo bem, eu não ia olhar pra trás, não mesmo.
- Tó, pega - ele disse, jogou um papel em cima de mim e saiu.
Era um papel todo cheiroso, embrulhado em um envelope, lindo, perfeito; que nem ele. Quando eu abro, quase tenho um treco:
'Está sendo cada vez mais difícil te resumir nesse pedacinho de papel, mesmo depois de tantas horas parado, só pensando em você, percebi que você é simplesmente irresúmivel, o que te torna tão diferente e especial são todos esses pequenos detalhes,que fazem toda a diferença, quando vejo você, não consigo notar apenas uma coisa, uma característica marcante, não consigo olhar pra você e explicar exatamente o que te faz ser tão linda, nos seus olhos, posso ver que existe mais do que um pensamento correndo pela sua mente, consigo sentir tantas coisas diferentes perto de você, por isso não posso te definir, te classificar, você é tudo, ao mesmo tempo, para conseguir te explicar, dizer o que você significa, preciso de muito mais que um papel, preciso de momentos, todos os momentos que eu passei ao seu lado talvez possam resumir tudo que você é e representa pra mim, te amo, não por uma coisa, mas por todos os pedacinhos que formam essa pessoa, simpática, meiga, carinhosa, gentil, fofa,linda, incrível, magnífica e perfeita que você é'.
- Amoooooooooooooooooor - gritei.
- Calma ai que ainda não acabou - ele gritou de volta.

Continua,
A Menina

sábado, 30 de outubro de 2010

Fille (quinze)

Não preciso dizer que após ouvir as palavras mais perfeitas do mundo, eu simplesmente dormi. Apaguei. A voz do Miguel ficou ecoando na minha cabeça.

Foram os dois meses mais chatos da minha vida. Fiquei 24 horas por dia deitada em uma cama. Depois do primeiro mês eu já podia receber visitas; todas, mas TODAS as pessoas que eu conhecia foram me dizer pelomenos um 'oi'. Até as que eu nem falava... Enfim.

A peça de final de ano era daqui duas semanas e eu não ia poder participar. Aquela vadia ia fazer par com o meu Miguel, sim MEU. A gente já tinha conversado e estávamos mais apaixonados do que nunca.

Dia da saída do hospital. Ia direto pra casa do Miguel, pois ainda precisava ficar em 'observação', como disse o médico, e na pensão não ia ter como.
Ele abriu a porta para mim e tinha uma faixa enorme escrito 'Fille, minha Fille'.
- O que significa? - perguntei.
- Um dia você vai descobrir - ele disse e me beijou.
- Ah não, me conta amor - afastei ele para ver se ele respondia.
Ele nem se moveu. Sorriu e continuou me beijando.
- Vêm aqui, quero que você ensaie comigo - ele me puxou.
- Tudo bem - respondi.
Nos divertimos muito ensaiando, foi uma tarde maravilhosa, mas do nada o Miguel para e fala:
- Amor, preciso te contar uma coisa.
Gelei.

Continua, A Menina.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Fille (catorze)

- Maju, Maju, acorda amor. Majuuuuuu - ouvi o meu, ainda posso dizer namorado?, gritando.
Eu tentei responder, eu juro que eu tentei, mas a minha voz não saiu. Eu vi a cara de preocupação dele mas eu não conseguia falar. Eu queria gritar, falar que eu o amava, mas a única coisa que consegui fazer foi liberar uma lágrima. As últimas palavras que eu ouvi foram:
- Ela está bem, ela está bem. Ela chorou.
Enquanto eu dormia, tudo passou como um filme na minha cabeça. O primeiro dia de aula, a primeira aula com o Miguel, o beijo, os encontros, as risadas, os momentos. A chegada da Bárbara, o meu inferno, o sorvete. Novamente tive a mesma sensação de querer falar e não consegui.
Senti uma mão na minha. Senti um cheiro familiar, uma respiração que me tranquilizava.
- Ei, menino, você precisa sair dai - alguém disse, provavelmente o médico.
- Não, eu vou ficar aqui com ela - Miguel.
- Mas ela precisa descansar - o médico.
- E eu estou atrapalhando? - ele sempre conseguia ser tão inteligente.
"Não, ele não está, deixa ele aqui comigo" - tentei, mas nada.
- Tudo bem, pode ficar - o médico finalmente cedeu.
- Se eu soubesse que era a última vez não teria dito nada do que disse, não teria feito nada além de te abraçar e aproveitar cada segundo sem tirar os olhos de você. Se tivessem me avisado que era a última vez eu poderia implorar para que você ficasse mais um pouco, só para te explicar que mais um pouco seria muito pouco e que por menos que fosse, já seria muito para mim. Se eu soubesse, te falaria mil coisas sem dizer uma palavra, te mostraria mil dias de agonia em um olhar, e quando você estivesse saindo, eu te chamaria de volta só para dizer mais uma vez o 'eu te amo' que ninguém mais vai ouvir e te dar um último abraço, com o amor que ninguém mais te entregaria - se eu não estava ficando louca, foi o Miguel falando.

A Menina

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Fille (treze)

- Bárbara - morri.
- Eba, vou ser a Julieta - disse a Bárbara, toda falsa.
- Hm - disse Miguel.
'Como assim? Porque ela e não eu?' Pensei.
Fiquei o dia inteiro pensando nisso. O que ela tinha que eu não tinha?
- Ah amor, não fica assim, você sabe que é só uma peça - Miguel tentou me tranquilizar.
Só uma peça? Poxa, aquilo era o que eu mais queria fazer, meu encerramento de curso, e era SÓ uma peça? Mas mesmo assim respondi:
- Eu sei.
Dois meses tendo que aguentar essa menina dando em cima do meu namorado, não estava aguentando mais.
- Miguel, não consigo mais. Não é porque eu não sou seu par, mas essa menina me provoca - chorei.
- Ah meu amor, vem aqui - ele me abraçou e me beijou.
Maria Júlia, é isso que ela quer, não cai no jogo dela, fica na sua, o Miguel gosta de VOCÊ.
Estava começando a me acostumar com a ideia quando vejo a puta da Bárbara tomando sorvete com o MEU namorado.
Já estava indo falar com ela quando percebi que ele também estava tomando sorvete com ela, então será que...? Não, não podia ser.
Virei e voltei caminhando para casa, tentando raciocinar o que havia acontecido.
Não estava nem pensando direito, só vi uma luz super forte e puf, apaguei.

A Menina

sábado, 28 de agosto de 2010

Fille (doze)

Ela estava de brincadeira comigo, né?
- Oi amores - ela chega, toda falsa.
- Oi - respondo, mais falsa ainda.
Ela olha pra mim com uma cara de: o 'amor' não foi para você, querida.
Eu retribuo com: e ele é MEU namorado, não seu.
Agradeço a tia da recepção quando toca o sinal do começo da aula.
- Nossa, essa menina está acabando com a minha paciência - falo.
- Que menina? - pergunta Miguel.
- A da bicicleta - respondo, sem olhar para ele.
- Ah, sua bobinha. Sabe que o meu amor é todo seu - ele diz, colocando a mão no meu queixo e me puxando.
- Aham, sei - digo.
- É sim - ele diz e me beija.
- Ham ham, os dois pombinhos podem parar? - diz o professor, rindo.
- Desculpa professor, mas essa menina é irresistível - ele diz.
Não vou nem comentar o quão roxa eu fiquei.
- Essa é a nova aluna, ela foi transferida - diz a diretora, entrando na sala.
- Bárbara, prazer - ela fala.
Quando eu olho nem acredito. A menina da bicicleta.
- Seja bem vinda, Bárbara. Pode sentar ali - diz o professor, apontando para uma cadeira na frente da minha.
Ela vai, toda metida.
- Bom, não sei se vocês sabem, mas teremos a apresentação final e já vamos começar a dividir os papéis. Hoje eu trouxe um texto que será lido em casa e na próxima aula já vamos começar a montar - anuncia o professor.
- Essa aula foi legal, estou super empolgado para a peça no fim do ano - diz Miguel.
- Nossa, eu também - respondo, super feliz.
Li o texto. Amei. Era aquela peça que eu queria fazer. Romeu e Julieta.
Uma semana depois começamos a distribuir os papéis. Meu Miguel lindo ficou com o papel principal.
- E quem fará a Julieta será... - o professor começa a falar.

A Menina

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fille (onze)

- Aconteceu o que, Amanda? - perguntei.
- Vem comigo - ela disse.
Quando eu cheguei ele estava sentado normalmente na mesa, mas quando me viu levantou, se ajoelhou e gritou:
- Maria Julia, quer namorar comigo?
Imagina como eu fiquei.
- É claro que sim - falei depois de me recompor.
A praça de almentação inteira começou a aplaudir, ele me puxou e me beijou. Não ouvi mais as palmas, apenas viajei naquele beijo que sempre me deixava louca.
Depois que acabou a aula fomos passear em um bosque que tinha perto da escola, e íamos aproveitar e fazer a tarefa, filmar uma cena escrita por nós.
- Vou comprar um sorvete, quer? - perguntei.
- Quero sim - ele disse.
Cheguei no carrinho de sorvete quando lembrei que esqueci de perguntar que sabor ele queria.
- Me dá duas casquinhas de chocolate, por favor - todo mundo gosta de sorvete de chocolate, né?
Estava voltando, olhando para o sorvete porque eles estavam quase derretendo, que não percebi a bicicleta que vinha na minha direção.
- Cuidado - berrou a menina que estava na bicicleta.
Não deu tempo nem de pensar, quando me dei conta eu já estava no chão. Eu e os sorvetes em cima de mim.
- Aaaaah - berrou a menina, caindo em cima de uns arbustos.
- Você está bem? - perguntei.
- Estou sim - ela respondeu.
Ai, acho que eu tinha quebrado o meu pulso, estava doendo muito.
- Ei meninas, o que aconteceu aqui? - pergunta o Miguel, que deve ter ouvido o grito da criatura.
- Ai, eu cai, está doendo tudo - falou a menina quando viu o MEU namorado.
Ele é uma pessoa legal, então foi ajudar a menina. Ela fez um show, falou que estava passando mal e que tinha quebrado alguma coisa. Claro, porque antes ela estava super bem, né.
Depois de tudo resolvido fomos para a casa dele.
- Ai, meu pulso está doendo - reclamei.
- Porque você não falou isso na hora, amor? - ele perguntou preocupado.
- Sei lá - respondi.
- Besta, vem cá que eu vou cuidar - ele me pegou no colo.
Dormi com ele fazendo massagem na minha mão e acordei no dia seguinte com ele me chamando:
- Amor, vamos para a aula.
Quando estávamos chegando eu olho e vejo a menina da bicicleta bem na minha frente, olhando para o meu namorado.

A Menina

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fille (dez)

Foi perfeito, ali, no chão da cozinha. Como de costume esqueci da vida e não sei como acordei na cama dele. Quer dizer, eu sei. Acho que ele deve ter me levado.
Quando acordei ele ainda estava dormindo, como um anjinho. Tive que me controlar para não ficar horas olhando aquela carinha fofa. Fui procurar alguma coisa pra comer.
- Bom dia! - escuto no meu ouvido.
- Merda - derrubo a caneca na pia.
- Mas você é uma desastrada mesmo - ele começa a rir.
E antes que eu pudesse me defender ele já me beijou.
- Isso não vale - reclamei.
- Isso o que? - ele fez cara de inocente.
- Isso - beijei-o.
- É, realmente isso é golpe baixo - rimos.
Ele me deixou em casa, é, isso ia acontecer um dia. Eu não ia viver naquela maravilha até a eternidate.
Voltando para a realidade, era dia de escola. Tudo havia acontecido normalmente, mas tive a ótima surpresa de encontrar meu, posso dizer namorado? me esperando na porta de casa.
- Bom dia amor - falou.
- Bom dia lindinho - respondi.
- Vamos? - perguntou.
- Aham - sorri.
Chegando na escola cada um foi para sua aula.
Na hora do almoço:
- Maju, vem cá a-go-ra - disse Amanda. É, ela já estava normal comigo. A história foi meio longa mas deu tudo certo.
- Ahm, tá - respondi, sem saber direito.
- Aconteceu uma coisa muito muito muito séria com o Miguel - ela falou, me levando para a praça de alimentação.

Continua,
A Menina

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fille (nove)

Eu ia deixar, mesmo. Estava sendo tudo tão perfeito que eu pensei: 'porque não?'. Mas consegui me conter:
- Ei, o que você está fazendo?
- Nossa, desculpa - ele disse, assustado.
- Tudo bem, não precisa pedir desculpa, só vai com calma - acalmei-o.
- É tudo tão incrível com você, nunca passei por isso antes, eu sempre quero te ver mais e mais... - fofo.
- Nunca aconteceu comigo também - revelei.
- Mesmo? - falou.
- Sim, por que o espanto? - perguntei.
- Ah, você é linda, incrível, perfeita... - começou.
- Mas - eu disse.
- Mas nada, só sempre pensei que os meninos caíam aos seus pés - finalizou.
Não consegui me segurar, comecei a rir muito, muito mesmo.
- O que foi? - ele perguntou.
- Nada, é só que isso NUNCA aconteceu - falei.
- Não acredito, que bando de menino idiota - ele riu.
Eu ri mais ainda.
Ele colocou a mão delicadamente sobre a minha boca, fazendo com que eu parasse de rir, e conseguiu, assim que começou a me beijar. Ele sempre conseguia, sempre me envolvia magicamente.
- Você está com fome? - perguntou.
- Ahm... - tentei.
- Ok, vou preparar um lanche para nós - disse e saiu.
Deitei na cama e fiquei pensando. A demora dele interrompeu meus pensamentos.
- Miguel? - chamei.
Nem sei o que aconteceu, senti um jato de água no meu vestido, na minha cara, em tudo.
- Migueeeeeeeeeeeeeeel - berrei.
- Ops - ele falou, com uma super cara de safado.
- Que frio - falei.
- Vem cá, amorzinho - ele abriu os braços.
Não fui, só de raiva. Virei as costas, abri o armário dele e comecei a procurar uma blusa e um short.
Me troquei e fui para a cozinha.
- Hmm, mas que gatinha - ele riu.
- É, alguém molhou o meu vestido - falei, tentando ser brava.
- Nunca achei que essas roupas pudessem ser tão lindas - falou.
Não consegui me segurar, era muito charme para uma pessoa só. Saí correndo e pulei em seus braços. Adivinha em o que resultou? Beijos, perfeitos. Ele colocou a mão em baixo da blusa dele, que eu estava usando e dessa vez eu deixei.

A Menina

terça-feira, 13 de julho de 2010

Fille (oito)

Isso o quê? Fiquei me perguntando.
- Você me traiu - disse ela, quase chorando.
- Amanda, como assim? - eu não tava entendendo nada.
- Você beijou o Miguel... - ela desabou.
E desde quando isso era traí-la? Ai, pessoas malucas, controle-se Maria Julia.
-Mas você não tem namorado?? - eu não estava entendendo nada.
Ela não respondeu, virou as costas e saiu, chorando, em direção ao banheiro.
- Vamos Maju - disse Miguel.
- Mas... - eu tentei.
- Nada de mas - ele finalizou.
Segui-o, sem saber para onde ele ia me levar. Eu tinha que parar com essa mania. Um dia ele podia me levar para um lugar que eu não queria ir. Desta vez ele só me levou para o carro.
- Vou te deixar em casa - disse.
- Tudo bem - respondi.
Ele colocou uma música e ficamos em silêncio, até que eu não me aguentei e falei:
- Você pode me explicar a história da Amanda?
- Ah amor... - ele estacionou o carro.
- Nada de amor, pode ir contando - eu disse.
Ele demorou um pouco e disse:
- Ano passado a gente namorava. Fomos prícipe e princesa da festa, desta mesma que acabamos de sair. Mas a gente não dava certo, não conseguia me sentir bem com ela. Achei que o melhor era terminar né. Ela ficou arrasada, não saiu de casa por um mês. Foi horrível. Não sabia que ela ainda sentia tudo isso por mim, achei que ela estava bem namorando com o Daniel.
- Nossa - foi o que consegui dizer.
- Tudo bem com você, né? - ele pareceu preocupado.
- Sim, sim - acho.
- Você não vai me deixar por causa dela, por favor - implorou.
- Claro que não, bobo - beijei-o.
Sempre que nos beijávamos era como se eu fosse até o ceu, desse três cambalhotas e descesse voando. Era mágico.
- Adoro quando você me surpreende assim - ele disse.
- Assim como? - perguntei.
- Assim - e me beijou.
Ah, entendi o 'assim'. Mas era ele que costumava fazer isso comigo.
- Vamos? - disse.
Ele ligou o carro e foi. Me dei conta que onde ele parou não era a minha casa.
- Vem amor - ele disse.
- Onde? Essa não é a minha casa - falei.
- Eu sei, é a minha - ele fez uma cara de safado e entrou.
Fui atrás né, o que mais eu poderia fazer?
- Eu te amo - deixei escapar.
- Eu também - ele disse e me beijou, beijou e beijou.
Ficaria só no beijo eternamente mas tive que voltar para a realidade quando ele começou a tirar a alça do meu vestido.

Continua,
A Menina

domingo, 11 de julho de 2010

Fille (sete)

Voltei para a realidade, ainda tonta.
- Eu te amo - ele sussurrou no meu ouvido.
Não falei nada, olhei nos olhos dele, sorri e caí em seus braços, beijando-o novamente.
Quando olhei em volta, já havia mais casais dançando. As solteiras estavam me fuzilando. Quase consegui ler os pensamentos delas: 'como essa menina, que mais parece um menino, chega aqui e em algumas semanas já consegue conquistar o Miguel, coisa que eu tentei desde sempre?'
- Tenho medo delas - escapou.
- Delas quem? - ele perguntou.
- Delas - indiquei com a cabeça.
- Ah, elas são umas crianças - ele riu.
Ele pegou na minha mão e me levou para um banquinho, fora da festa. Ficamos olhando a lua.
- Sabe que eu nunca conheci alguém como você - disse.
- Ei, mas você nem me conhece direito ainda - retruquei.
- Tem pessoas que conhecemos logo assim que avistamos, você é perfeita - ele disse, desviando o olhar.
Uma lágrima caiu, acho que ele não viu.
- Você tem que parar com essa mania de chorar - ele disse, rindo, olhando para lua.
Como assim? Minha lágrima brilha? Como ele viu se não estava olhando pra mim?
- Desculpa - pedi.
- Não precisa pedir desculpas por chorar - agora olhando pra mim.
Sorri. Era o meu jeito de expressar felicidade. E ele sabia disso.
- Eu também gosto de você - falei.
SIlêncio.
- Muito - terminei.
Beijo. É, ele gostava de me surpreender assim. E eu adorava esse jeito dele.
- Namora comigo? - ele perguntou.
Confesso que me surpreendi com o que ele disse. Nunca nada assim tinha acontecido comigo. Agora estava acontecendo tudo de uma vez só.
- Desculpa, acho que fui rápido demais - ele falou, percebendo minha reação.
- Não, é que... - começei.
- Quietinha - ele disse e me beijou.
Mais uma vez. Perfeito.
- Tá ficando frio - eu disse.
- Vamos entrar - ele me chamou.
Me deu a mão e começou a me conduzir para dentro do salão.
- Maria Julia, eu não acredito que você fez isso comigo - berrou Amanda, para todo mundo ouvir.

A Menina

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Fille (seis)

- O que foi isso - perguntei, assustada.
- Não sei - ele pareceu nem se importar com a minha pergunta.
- Sério, deve ter alguém vindo - estava preocupada.
- Não viaja - ele disse, sem desviar o olhar da minha boca.
- Tenho que ir mesmo - disse e saí correndo.
Andei por todo pátio da escola, tudo parecia estar girando, as pessoas pareciam estar me olhando, era uma sensação estranha. Continuei correndo até chegar em casa.
Ela estava lá, a mesma senhora de sempre. Criei coragem e sentei ao seu lado.
- Oi - eu disse.
Nenhuma resposta.
Respeitei e ficamos lá. As duas olhando pro nada, por um bom tempo. Lembrei que eu tinha que ler uns livros e falei, mesmo sabendo que ela não ia responder:
- Boa noite.
Tomei banho, li duas páginas e dormi, profundamente até o meu celular começar a tocar.
Não atendi. Ele parou mas segundos depois começou a tocar novamente.
- Alô - tentei falar.
- Maria Julia? - a voz do outro lado perguntou.
- Eu - tentei mais uma vez.
- Oi, é o Miguel - ele disse, por fim.
Acho que ele viu que eu demorei um pouco pra responder e começou a se explicar, mas eu não ouvi direito. A única coisa que captei foi:
- Te amo, nos vemos amanhã.
Tentei continuar dormindo, mas aquele 'te amo' ficava ecoando na minha cabeça repetitivamente.
Consegui dar uma cochilada e quando estava pegando no sono mesmo, o despertador toca.
Paciência. Levantei, tomei café da manhã e fui andando para escola, como de costume.
Já era sexta-feira. A semana tinha passado voando.
Era a última aula do dia, a aula que eu tinha com o Miguel. Depois do sinal eu sinto uma respiração no meu pescoço e ouço, logo em seguida:
- Te pego amanhã às 21h.
Eu tinha me esquecido completamente da festa. Não estava acostumada com esse tipo de evento.
Como precisava usar vestido longo, eu não tinha roupa. Nem dinheiro para comprar um. Fui no brechó da esquina da pensão e achei um vestido que me parecia ideal, só precisava de uns ajustes.
Sábado às 21h, ele estava lá, maravilhoso.
Entrei no carro e ele não falou nada, nem eu. Fomos assim, o caminho inteiro, até chegar na festa.
- Quer dançar? - ele diz, finalmente.
Ia responder sim, mas quando olho não tem ninguém na pista de dança.
Independente da minha resposta, ele me puxou, me levou bem para o centro e começou a me conduzir. Até que ele me beijou.

A Menina

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Fille (cinco)

- Credo Maria Julia, que cara é essa? - Amanda pergunta.
- ... - tento falar alguma coisa, mas minha voz não sai.
Lembro de tudo o que eles fizeram, tudo o que falaram e tento nem imaginar o que eles pensaram aquela noite, no ponto de ônibus. Levantei do refeitório e saí.
Rodei o pátio da escola procurando um lugar onde ninguém pudesse me ver. Avistei uma casinha de madeira, velha, mas me pareceu o adequado.
É nessas horas que ficamos pensando na família, nos amigos antigos, em casa. Estava viajado, como de costume, até que levei um susto:
- Posso entrar?
- Oi? - quem era aquela pessoa?
- Oi, meu nome é Miguel - ele disse.
- Ahm, oi - reconheci o quarto menino, que estava sentado na mesa de almoço com a gente.
- Posso me sentar? - perguntou, já sentando.
Fiz que sim com a cabeça e, sem qurer, deixei escorrer uma lágrima.
- Você está chorando? - me olhou com uma cara estranha.
- Não. Quer dizer, sim - confusa.
- Mas por quê? - ele ficou me olhando.
Viu que eu não respondi e resolveu ficar quieto. Ficamos horas e horas sentados naquela casinha abandonada. Perdemos a aula e eu não conseguia entender porque que ele estava ali comigo.
Não aguentava mais aquele silêncio, resolvi começar a conversa:
- A festa que vai ter, tem todo ano?
- Sim - ele respondeu, frio.
Hm, tá. Achei que ele continuaria, me contando como era, o que tinha. Mas não, apenas perguntou:
- Você quer ir comigo?
Tive que parar um tempo para pensar. Coisas desse tipo não costumavam acontecer comigo. Eu era uma menina esquecida pelo mundo masculino. Era na minha e ninguém prestava atenção em mim. Por que ele estava fazendo essa pergunta?
- Tudo bem, acho - respondi, por fim.
Silêncio.
Me dei conta de que estávamos lá há muito tempo quando, pela minúscula janelinha, vi o sol se por.
- Nossa, já é tarde, tenho que ir - disse, levantando.
Ele puxou meu braço e eu caí. Nossos rostos estavam quase se tocando, os olhos quase fechando, os lábios quase beijando quando ouvimos um barulho.

Continua,
A Menina

sábado, 26 de junho de 2010

Fille (quatro)

Estavam me olhando e cochichando. Sempre olhando para mim. Até que o mais alto dos três falou:
- A gatinha está sozinha?
Fingi que não era comigo, mas eu reconheci aquela voz, já havia escutado-a em algum lugar.
- Ih, acho que ela não quer papo contigo - falou o mais de trás.
Começaram a conversar entre eles. Tentei parecer tranquila e não ligar, mas sabia que o assunto era eu.
Agradeço mentalmente quando passa um ônibus. Independente de qual seja e para onde vai me levar eu faço sinal para ele parar.
Sento no banco da frente ainda fico ouvindo a voz dos meninos na minha cabeça. Eu conhecia aquelas vozes. Mas de onde? Não conseguia assimilar com nada, mas tinha certeza que eram vozes familiares.
Deu tudo certo e cheguei em casa. Estava entrando na pensão quando eu vi a mesma senhora que estava sentada no banco antes. Dei boa noite e ela retribuiu apenas com um sorriso.
Fui dormir. Estava exausta.
Acordei no dia seguinte mas parecia que eu tinha acabado de deitar. Era como se a noite de sono não fosse verdade. É, isso costumava acontecer quando eu pensava demais antes de dormir.
- Maju, porque você foi embora correndo ontem, menina? - para começar meu dia, vem a Amanda, radiante como sempre.
- Não estava me sentindo muito bem - minto.
- Que pena - ela dá um suspiro e o sinal toca logo em seguida. Aproveito e acho um jeito de sair de perto dela.
As aulas foram normais. O professor de História da Arte passou o nome de três livros para nós lermos para a próxima aula. Eram livros pequenos, daria para ler tudo em um dia. Fui direto para a biblioteca locá-los.
A bibliotecária foi bem simpática, ficamos conversando por um tempinho até eu me tocar da hora e perceber que precisava ir almoçar para a aula do período da tarde.
- Maria Julia, senta aqui com a gente - ouvi uma voz e nem precisei me virar para saber que era a Amanda.
Me servi e fui. Quando cheguei ela estava falando com o namorado, sobre uma festa:
- Vai ser uma festa de inauguração, para todos os alunos da escola. Não é genial?
- Claro amor, você tem ideias brilhantes - ele pareceu gostar.
- Você vem né amiga? - ela olhou para mim.
- Engoli direto o que estava comendo, não era muito de festas.
- Ahm, sim - menti mais uma vez.
- Ah, vamos - ela insistiu, parecendo perceber a minha insegurança na afirmação.
Neste mesmo momento chegaram quatro meninos, três na frente e um mais para trás, os amigos do Daniel, namorado de Amanda. Eram os mesmos que estavam com ele no dia do chocolate quente.
- Oi gente - os três primeiros falaram juntos.
Foi quando eu reconheci. Sabia de onde conhecia aquelas vozes.


Continua,
A Menina

terça-feira, 22 de junho de 2010

Fille (três)

Calma, respira e continua em frente. O idiota aqui é ele.
- É, até que essa roupa tá boa - é o primeiro comentário que Amanda faz, assim que entro no carro.
- Ahm, obrigada - respondo, meio sem graça.
- Esse é o meu namorado, Daniel - ela diz e sorri para ele.
- Já nos conhecemos - digo.
- Já se conhecem, amor? - ela pergunta pra ele, como se duvidasse da minha afirmação.
- Já sim, tivemos um pequeno acidente - ele diz e sorri para mim.
Retribuo, adoravelmente.
Não sei direito para que shopping estamos indo, não conheço aqui ainda. A cidade é grande e estou meio perdida.
- Maju, posso te chamar assim? Comentei com o Fernando que iríamos sair e ele vai nos encontrar no cinema, tudo bem? - ela sempre fala tudo tão alegre.
- Claro - respondo sem saber quem é Fernando.
Seria melhor se eu tivesse perguntado. Chego a essa conclusão quando vejo que este Fernando é o menino que me convidou pata sair na última aula.
Cinema, pipoca, bala, chocolate, refrigerante. Como eles comiam. Fiquei só na pipoca e quase não aguentei.
Não lembro de muita coisa do filme, porque logo no começo senti um braço envolvendo meus obros, uma mão colocando minha cabeça em seu pescoço e baba. Sim, baba. Esse tal de Fernando me beijou a força e ainda me babou inteira. Mereço.
Saí do cinema logo depois que consegui me soltar deste menino. O problema é que eu não sabia como voltar para casa.
Não sou mais criança, perguntei para o guardinha o que eu deveria fazer, que ônibus tinha que pegar. Ele me explicou umas coisas que eu não entendi direito, mas agradeci e fui.
Deduzi que deveria parar no ponto e esperar algum ônibus passar. Era de noite e não passava nem mosquito naquela rua.
Comecei a ficar preocupada quando vi três caras vindo em minha direção.

A Menina

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fille (dois)

- Hahaha - o menino olha para minha cara, para minha blusa, ri e sai.
- Oi, não sei se você percebeu, mas tem chocolate quente em mim - digo, após cutucá-lo.
- Eu vi, gata. O que quer que eu faça? - ele faz uma cara de ironia.
- Desculpas, pelo menos - falo e saio, ouvindo um 'desculpa' e risadinhas ao fundo.
Tenho que ir ao banheiro tentar recuperar o estrago na minha blusa. É, não deu muito certo, ficou um borrão no meio, mas... paciência. Estava atrasada para a próxima aula.
- Com licença - pedi educadamente.
- Claro, pode entrar... - o professor parecia tentar lembrar meu nome.
- Maria Julia, sou nova na escola - disse, entrando.
- Seja bem vinda - ele foi fofo.
Sentei na cadeira vazia do lado de um menino. Acompanhei a aula junto com ele e fizemos as atividades propostas pelo professor.
Tarefa de casa: observar as pessoas na rua e escolher uma para interpretar. Isso me pareceu interessante. Já estava começando a imaginar quando fui interrompida:
- A gente poderia fazer essa tarefa juntos né?
- Ahm, é? - respondi, meio assustada, para o menino que sentou ao meu lado na aula.
- É, podemos sair para jantar ou algo do tipo - acho que ele não queria fazer a tarefa...
- Ah, acho que não, fica para uma próxima - sai.
Gente, o pessoal aqui é sempre assim? Na maior intimidade com todo mundo?
Fui a pé para casa e já começei a reparar nas pessoas. Me apaixonei pela sehora que estava sentada no banquinho do lado de fora da pensão. Ela estava alimentando uns passarinhos. Cortava o pão bem pequenininho, esfarelava e abria a mão. O passarinho ia pegar, com o maior cuidado, as migalhas na mão da senhora. Ela repetia a mesma coisa várias vezes, mas era incrível a delicadeza que ela tinha ao realizar os gestos. Fiquei horas e horas reparando até alguém me dar um susto:
- Oiiiii amiga!
- Ai, que susto, oi - as pessoas têm mania de surpreeder os outros aqui ein.
- Então, vamos no shopping? - perguntou Amanda.
- Desculpa, mas acho que a gente não combina - falei.
- Ah, aquilo não foi nada. Eu tenho mania de falar o que eu penso mesmo, na cara - ela parou e ficou me olhando.
- Não sei não... - desconfiei.
- Por favor, me dá mais uma chance! - ela implorou.
- Tudo bem - eu não tinha amigos aqui mesmo, o que custava né?
- Ebaaa! Em meia hora eu passo aqui para te pegar. Você mora nesta pensão? - cara de nojo.
- Moro sim - sorri, ironicamente.
- Ui, mas tudo bem. Meia hora. E vê se veste uma roupa melhorzinha - ela falou, saindo.
Me arrumei e desci para esperá-la. No horário combinado, ela chega, super empolgada:
- Amiga, vamos!
Comecei a andar e travei na metade quando vi quem estava dirigindo o carro: o cara do chocolate quente.


Até a próxima,
A Menina

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Fille

Gente, a história anterior deu tão certo que resolvi escrever outra.


Cidade nova, escola nova, pessoas desconhecidas. Começa mais um ano, mas esse será diferente. Escola de Artes, aí vou eu.
Aluguei um quarto em uma pensão que fica a duas quadras da escola. Não era nada de mais, mas dona pareceu simpática.
Primeiro dia de aula. Me senti uma estranha pelos corredores, todos pareciam se conhecer e me olhavam como se estivesse algo de errado comigo.
- Oi, sou nova aqui. Você pode me dizer para onde tenho que ir? - perguntei na secretaria.
- Claro, qual o seu nome? - disse uma mulher baixinha, de óculos.
- Maria Julia Diniz - sorri.
- Você pode seguir o corredor e virar na penúltima sala à esquerda.
- Obrigada - agradeci e fui.
Quando cheguei tinha um grupo de meninas no fundo da sala, todas arrumadas e maquiadas, conversando sobre alguma coisa que eu não consegui entender. Sentei em uma cadeira e esperei a aula começar.
- Olá amiga! - levei um susto.
- Oi - falei, tímida.
- Mas que roupinha, ein - oi, que intimidade é essa?
- O que tem de errado com a minha roupa? - perguntei.
- Jeans, All Star e uma camiseta fora de moda, fofa - ela estava começando uma discussão com a pessoa errada.
- Não vejo problema nenhum - ignorei-a. Que menina metida.
Estava viajando em meus pensamentos quando o professor chegou, se apresentou e logo em seguida já passou uma atividade:
- Bom, formarei duplas e vocês terão que montar uma pequena cena de como acham que será a escola este ano.
Confesso que achei que ele passaria uma coisa mais interessante, mas. Quando ouço meu nome:
- Maria Julia e... Amanda - sim, a patricinha.
Toca um sino que eu imagino que seja o sinal para trocar de aula e dou graças a Deus por isso quando o professor anuncia:
- Bom, nada decidido ainda, continuarei na próxima aula.
Fui para a lanchonete. Peguei um pão de queijo e um chocolate quente. Quando estava me virando para procurar uma mesa vejo um borrão e alguém esbarrando em mim. O chocolate estava QUENTE, na minha blusa.
- Ei - é o que eu consigo falar.

Continua,
A Menina

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Gente, essa semana está uma loucura, provas, provas e mais provas. Estou preparando dois textos para postar aqui, em breve.

Obrigada,
A Menina

sexta-feira, 11 de junho de 2010

neste verão (final)

Ai, medo, mas o medo que eu queria sentir. Não é todo dia que um menino perfeito te convida para ir em um lugar super misterioso com ele.
Ele me deu a mão e começamos a caminhar, caminhamos observando a paisagem por um longo tempo. Pela primeira vez na vida senti que as coisas boas não acabavam tão rápido, era tudo uma questão de perspectiva.
- Desculpa, está demorando né? - ele interrompeu o silêncio.
- Claro que não, está maravilhoso, quanto mais demorar, melhor - olhei para ele e sorri.
- Isso que é incrível em você - ele parou de caminhar.
- Isso o que? - assustei.
- Você consegue ser tão... - ele pareceu procurar a palavra certa.
- Tão... - curiosidade mata, amigo.
- Ah, não sei, tão você - ele concluiu.
- Seu lindo - não aguentei, tive que beijá-lo.
Resolvemos parar ali, por um tempo. Andamos tanto que já estavamos em uma praia. Sentamos na areia mesmo e ficamos olhando para o mar. Já repararam na perfeição das ondas? Elas são transparentes e redondinhas. Têm apenas alguns segundos de vida. É como se elas se levantassem para poderem cair. Bom, maluquices da minha cabeça.
- Felipe... - dessa vez fui eu que começei.
- Oi - ele me olhou com um olhar tão hipinotizador.
- Eu queria que isso nunca acabasse - uma piscina se formou em meus olhos.
- Ei, não pensa no fim, aproveita o agora - ele consegue falar umas coisas tão bonitas.
Não sei porque, mas uma lágrima insistiu em cair. Ele olhou para mim, passou o dedo delicadamente em minha bochecha e me beijou. Esse foi o melhor de todos.
Olhamos um para o outro e falamos ao mesmo tempo:
- Eu amo você.
Nos abraçamos. As férias perfeitas da minha vida estavam apenas começando.

Fim

Espero que tenham gostado,
A Menina

até o próximo post.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

neste verão (parte seis)

Fiquei olhando as pessoas desembarcarem. Por quê ele não aparecia? Acho que desceu todo o voo, menos ele. Estava quase indo embora quando eu vejo alguém discutindo com uma aeromoça.
- Mas eu despachei a minha mala, eu tenho certeza - ele estava calmo.
- Me desculpa senhor, houve algum engano então, ela deve estar em outro voo - ela nem tanto.
- E agora, o que a gente faz? Eu preciso da mala - não mais tão calmo assim.
- Bom, eu vou ver como resolver o seu problema, só um minutinho - ela estava louca para se livrar desse problema.
Ele senta em um banco, de cabeça baixa. Fiquei esperando. Quando ele se levanta para ver se a aeromoça já voltou, repara que eu estou do outro lado do aeroporto, olhando fixamente para sua direção. Ele sorri. Eu retribuo.
Neste momento passaram milhares de coisas pela minha cabeça. Minhas pernas começaram a andar sozinhas, e acho que as dele também. Paramos um de frente para o outro, no meio do aeroporto. Todos repararam na gente. Não ligo. Não pensei, abraçei-o, fechei os olhos e nossas bocas se encontraram. Foi o encaixe perfeito. Ouvi os sininhos e vi borboletas, senti elas voando no meu estômago. Foi assim, perfeito.
- Desculpa por tudo - começei - fui idiota de ter fugido de você. Tem a menina de São Paulo, mas e daí? Você foi sincero comigo e eu deveria ser compreensiva com você, saber que não tinha nada planejado, que a gente não ia se conhecer e que... - ele não me deixou terminar.
- Ei, esquece tá? - fez a cara irresistível.
- Mas... - tentei.
- Nada de mas - ele disse e me beijou.
- Moço? - a voz da aeromoça.
- Ahm, oi - ele parou de me beijar e respondeu.
- A sua mala não veio no mesmo voo que você, mas já está tudo providenciado, ela chega em uma hora - ela fez aquele sorriso colgate.
- Tudo bem então, vou esperar - ele compreendeu.
A uma hora passou tão rápido que a gente nem percebeu.
- Vou passar em casa para deixar essa mala lá - ele disse.
- Tudo bem - sorri.
Pegamos um ônibus e fomos até a casa dele. Depois de tudo certo, ele chega no meu ouvido e fala:
- Vem comigo, tenho um lugar para te mostrar.


E o próximo post será o último,
A Menina

domingo, 6 de junho de 2010

neste verão (parte cinco)

Liguei para o aeroporto e consegui uma das últimas passagens para São Paulo, em um voo antes do dele. Nem pensei em arrumar a mala, joguei umas três mudas de roupa dentro de uma mochila e fui.
Férias, aeroporto lotado. Tudo bem, eu não estava com pressa mesmo. Sabe quando você não tem o que fazer? Quando as coisas têm que dar certo, mas elas dão errado? Então, multiplique por dez e ainda não era o que eu estava sentindo. Minha sorte é que, como o voo estava quase decolando, eu pude ir em um guichê só das pessoas atrasadas, oi.
- Pois não - disse a atendente.
- É, o voo 1993 - entreguei o papel à ela.
- Só um minuto, por favor - acho que ela não sabia que eu NÃO tinha esse minuto.
- Er, tudo bem - um minuto pareceu uma hora.
- Está aqui, pode embarcar, mas acho melhor você correr - disse ela, na maior tranquilidade.
- Obrigada - acho que ela nem ouviu, saí voando.
Corri tanto que acho que seria capaz de ganhar uma maratona, tá, exagero, mas foi quase.
Quando eu cheguei no avião, vi que o meu lugar era do lado de um senhor que estava dormindo. Tentei sentar o mais cuidadosa que pude e acho que consegui, ele nem se moveu.
Eu estava quase pegando no sono quando eu escuto uma voz:
- Ô menina, tão novinha, o que faz aqui sozinha? - pergunta o senhor ao meu lado.
- Oi, desculpa - respondi, não entendendo nada.
- Sabe que eu estou viajando porque daqui uma semana é o meu aniversário de casamento, 60 anos, vou fazer uma surpresa pra minha velhinha - achei tão lindo o jeito que ele falou.
- Ah, mas que fofo - acho que eu não pareci empolgada, mas eu estava, mesmo.
- Mas você, que carinha triste... - acho que as pessoas vão ficando mais velhas e aprendem a ler pensamentos.
- Sou tão transparente assim? - perguntei.
- É, me conta, o que aconteceu? - lá vou eu explicar.
Ele me pareceu simpático, então eu resolvi contar, contei tudo, do começo até hoje.
- Então, foi isso - finalizei.
- Mas que bobinha, você - o que? ele estava me chamando de bobinha?
- Eu? Por quê? - indinei.
- O menino é tão carinhoso, não mentiu e vocês passaram tantos momentos juntos. Ele estava nos seus planos? - o senhor estava se revelando.
- Não - respondi, seca.
- Então, você também não estava nos dele. Pensa nisso - ele conclui.
- Vou pensar, obrigada - terminamos a conversa aqui porque o avião já havia pousado.
Pronto, cheguei, agora era só esperar.
Três horas depois, ouço a tia do aeroporto anunciar a chegada de um voo.
Era o dele.
Lucia, é agora ou nunca.

Continua,
A Menina.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

neste verão (parte quatro)

- É que o que Felipe? - pergunto, impaciente.
- ÉqueeuestouderolocomumameninadeSãoPaulo - ele fala tão rápido que eu nem raciocino.
- Quê? - não entedi.
- Antes de vir pra cá, eu estava de rolo com uma menina lá da minha cidade - diz ele.
- E você só me fala agora? - me seguro para não chorar.
- Desculpa, é que... - ele tenta explicar.
- Não precisa falar mais nada, estou indo embora - me preparo para sair.
- Lucia - ele diz.
Me seguro para não virar pra trás, mas desde pequena prefiro conversa cara a cara, olho no olho.
- Fala - digo, tentando parecer brava.
- Quando eu vim pra cá, não esperava te conhecer, realmente fazer planos não ajuda em nada, porque você não estava nos meus, mas, sei lá você surgiu como um anjo e foi me roubando o juízo virando uma mania, não sei, virou meu vício - ele parece declamar uma poesia.
Depois dessa, eu não tinha mais o que dizer, nesse momento já não consegui mais segurar as lágrimas, apenas concordei e fui embora. Ele veio atrás, mas acho que percebeu que não era o certo a fazer, porque quando olhei pela segunda vez, não havia mais ninguém me seguindo.
Cheguei em casa e chorei, chorei feito uma criança. Relembrei todos os dias que tinhamos passado juntos. Lembrei da avó. Eu tinha prometido ajudar cuidar da Dona Maria Cecilia. E agora? Ainda bem que ela já estava melhorando. Só sei que quando menos percebi, já estava dormindo.
Acordei no dia seguinte exatamente do jeito que eu tinha chegado em casa. Não lembro de nenhum sonho, apenas de borrões por toda parte. Faltavam dois dias para ele voltar para São Paulo, as saudades só iam aumentando. Mas eu não ia correr atrás dele, não.
Um dia.
Hoje. Era hoje, e a gente nem tinha se falado. Ele ia embora e tudo que construímos ia sumir.
Não, não pode acabar assim. Foi aí que me veio uma luz, mas eu tinha que agir rápido. Muito rápido.

Continua,
A Menina

Obrigada pela ajuda deste post, @RealFelipeReis.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

neste verão (parte três)

- É... - começa o médico - ela teve uma parada cardíaca grave, mas agora, está tudo sob controle - diz ele com uma cara não muito convincente.
- E quais são os procedimentos que devemos tomar? - perguntei, quando vi que o Felipe estava paralisado.
- Olha, senhorita... - parou quando se deu conta que não sabia meu nome.
- Lucia - ajudei.
- Senhorita Lucia, ela está bem fraca, então o ideal seria que tivesse uma enfermeira com ela em casa, para ajudar a comer, tomar banho... - ele parece ser gentil.
- Desculpa doutor, mas eu não tenho dinheiro para pagar uma enfermeira - Felipe abre a boca pela primeira vez.
- Calma, a gente dá um jeito - procuro tranquilizá-lo.
- Vou deixar vocês sozinhos um pouco - o médico lê meus pensamentos.
- Não sei o que fazer agora, não vou poder cuidar dela... - Felipe desabafa.
- Vou te ajudar, já volto - digo.
Fui falar com o médico, e ele muito gente boa, disponibilizou uma aprendiz de enfermeira para nos ensinar os cuidados básicos, e não precisaríamos pagar muito. Quando contei a notícia, só faltou ele pular em meu pescoço.
Três semanas depois, já estava quase um enfermeira formada, cuidando muito bem da Dona Maria Cecilia.
- Lucia, vem aqui um pouquinho - diz ele, quando sua vó acabou de pegar no sono.
Aproveito que ela está dormindo profundamente e vou.
- Olha, eu queria te agradecer por tudo o que você está fazendo por mim... - à essa altura, já tinha me perdido em seu olhar.
- Magina... - tentei parecer normal.
Ficamos nos olhando por vários minutos, até que ele pega a minha mão e se aproxima de meu rosto. Fecho os olhos e penso, era tudo o que eu precisava agora. Uma voz interrompe o meu momento:
- Desculpa - diz ele.
- Como assim? - fico sem entender nada.
- É que...

Continua no próximo post.

A Menina.

domingo, 30 de maio de 2010

neste verão (parte dois)

Esperei mais meia hora, nada. Pronto, já me esqueceu, nem liga mais. Eu sabia que isso ia acontecer, porque eu fui tão idiota? Quem se importaria com uma retardada que cai na beira do mar? Ouvi sirenes, segui o som. Vejo os paramédicos levando uma senhora na maca, quando olho para o portão vejo ele, secando as lágrimas. Corro o mais rápido que posso, abraço-o. Foi o melhor abraço que eu me lembro de ter dado, verdadeiro, sincero, perfeito.
- O que houve? - pergunto.
- Eu estava tomando banho, ouvi um grito, quando eu vi minha vó estava no chão - ele respode.
Eu não tinha nada para falar, só abracei ele o mais forte que eu podia.
- Vai comigo para o hospital? - ele faz a cara mais fofa do mundo.
- Claro - eu não tinha outra resposta.
Apenas eu, ele e o silêncio na ambulância, nossas mãos entrelaçadas e ele pensativo. Eu queria ajudar mais, mas eu não sabia como, achei melhor ficar quieta, era o melhor que podia fazer.
- O hospital não era o lugar que eu planejava conhecer, mas... - ele corta o silêncio.
- Calma, vai dar tudo certo - acalmo-o.
- Obrigado.
Não digo nada, apenas sorrio.
Esse caminho pareceu eterno. Chegando em nosso destino, os médicos encaminham sua vó aos procedimentos que devem ser tomados e nos pedem para esperar. É o que fazemos, sem falar nada, apenas ficamos abraçados, ele brincando com a minha mão e eu com a dele. Ele acaba dormindo, um anjo, resolvo não acordar.
Duas horas depois, vejo os médicos acenando.
- Felipe, acorda, acho que os médicos querem falar com você - tento ser o mais cuidadosa possível.
- Ah, sim - a cara de sono dele me encanta.
- Você que está com a Dona Maria Cecilia? - pergunta um médico, alto, de olhos claros.
- Sim, ela mora sozinha aqui, estou passando férias em sua casa - ele responde, tremendo.
- Bom, então é com você que eu tenho que falar - diz o médico.
Gelei.

Continua,
A Menina.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

neste verão

Resolvi escrever uma história, ela vai ser dividida em posts, o primeiro é hoje.

Neste Verão (parte um)

N

Acho que foi a visão mais perfeita que eu já tive. Nunca pensei que andar na praia de tardezinha me traria tantas emoções. Lá estou eu, atravessando as dunas quando eu vejo alguém sentado na areia, sim, esse alguém era ele, o menino mais perfeito que eu já conheci. Pensei comigo ‘acho que eu vou passar ali na frente, pra ver se ele repara em mim’. Foi o que aconteceu, mas não exatamente do jeito que eu queria que ele reparasse. Resolvi andar pela água, olhando para ele. Minha última lembrança é uma onda me derrubando e ele vindo correndo.

- Oi, nossa, você está bem? – pergunta ele.

- É, er, sim. – respondo, roxa de vergonha.

- Prazer, meu nome é Felipe, quer ajuda?

- Ahm, olá, Lucia. Não, estou bem.

- Vem cá, vamos sentar ali na areia, dar um tempo pra você se recuperar.

Nessa hora eu agradeci o senhor das águas por mandar uma ondinha mais forte e me fazer cair.

- E aí, me conta, você mora aqui? – diz ele.

- Moro sim, e você? – respondi, quase morrendo de vergonha.

- Ah, eu estou de férias na casa da minha avó, não moro aqui. – ele.

- Hm, que legal, e está gostando? – eu.

- Estou sim, essa cidade é linda! – ele.

- Já conhece aqui? – eu.

- Não muito, você poderia ser minha guia? – ele.

- Claaro! – devo ter feito uma cara de muito feliz, porque ele riu e balançou a cabeça, maravilhosamente.

- Então ta, e podemos começar hoje? – pergunta ele, tirando as palavras da minha boca.

- Podemos sim, só vou em casa tomar um banho. A gente se encontra aqui em uma hora? – pergunto.

- Combinado.

Tomei banho, voltei, ele ainda não estava lá.

Continua no próximo post. Dêem sugestões, críticas, opiniões.

Beijo,

A Menina

terça-feira, 25 de maio de 2010

viver sem te ter

Andar de carro, ouvir música e pensar... Deu nisso ai:

'Estou aqui esperando a chuva passar e você é a única coisa que eu consigo pensar. Tanto tempo esperando por um amor perdido ou será que ele ainda está escondido? Está tudo se perdendo no tempo, como folhas voando ao vento. Imagine se tudo fosse perfeito, não é, minha vida é igual a sua, também tem defeito. Você vê o brilho no meu olhar? Seria mágico se eu pudesse te tocar. Vê o sorriso da criança? É o que ainda me dá esperança. Tantas coisas mais importantes no mundo, mas é em você que eu penso a cada segundo. Estou tentando mudar, mas voce não se dispôs a me ajudar. Está sendo impossível viver sem pensar em te ter. Acredite em mim, não vou te decepcionar, o que eu se fazer, é apenas te amar.'

A Menina.

domingo, 23 de maio de 2010

pão com margarina

Este post é dedicado ao Felipe (@RealFelipeReis), que foi a minha maior inspiração para a construção do blog, fez com que eu me lembrasse de coisas que eu tinha esquecido, coisas essenciais, simples. Muito obrigada. E sim, acredito que o amor pode mudar as pessoas, positivamente.


Estava tudo escuro, tudo dando errado, mas você apareceu, as coisas começaram a se iluminar, tudo pareceu ficar mais nítido, eu comecei a ver as pessoas dp jeito que elas realmente são. Isso é bom? Talvéz. Descobri que estava sendo enganada. Enganada pelas pessoas que eu achava que seriam as últimas a praticarem essa ação, pois é.
Você fez com que eu visse o sorriso, o brilho no olhar, a personalidade de cada um.
Não me importa mais o que os outros vão pensar. E daí? Sim, eu gosto de PÃO com MARGARINA.
A sua personalidade eu sei que é incrível, agora quero ver o SEU sorriso, o SEU olhar, pessoalmente. Eu quero o SEU abraço, eu quero VOCÊ. Para me guiar, me orientar, é tudo muito recente e eu preciso de um amigo, mas não vai ser amizade passageira, como muitos fazem, usam as pessoas. Não. Vai ser tudo de verdade, prometo.
Ainda espero o dia em que a gente vai se encontrar.

Quando vejo você por perto, perco a fala e sinto calafrios, e não paro de questionar sobre as voltas que a vida dá, e como tudo mudou de uns tempos pra cá. Não sei por que minhas pernas tremem e eu perco o ar.

Obrigada,
A Menina


Deem sugestões para o próximo post.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Uma menina apaixonada que sentiu necessidade de criar um espaço onde ela possa falar o que quer sem ser julgada. Falarei o que sinto, direi o que penso, ajudarei se puder, conte comigo.

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim, que nada nesse mundo levará você de mim. Eu sei e você sabe que a distância não existe, que todo grande amor só é bem grande se for triste. Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer, pois todos os caminhos me encaminham prá você. Assim como o oceano só é belo com o luar, assim como a canção só tem razão se se cantar, assim como uma nuvem só acontece se chover, assim como o poeta só é grande se sofrer, assim como viver sem ter amor não é viver. Não há você sem mim, eu não existo sem você. (Vinicius de Moraes)


Por hoje é só, ainda estou aprendendo a mexer aqui. Vou preparar um texto bem legal para o próximo post.

Um beijo,
A Menina.