sábado, 28 de agosto de 2010

Fille (doze)

Ela estava de brincadeira comigo, né?
- Oi amores - ela chega, toda falsa.
- Oi - respondo, mais falsa ainda.
Ela olha pra mim com uma cara de: o 'amor' não foi para você, querida.
Eu retribuo com: e ele é MEU namorado, não seu.
Agradeço a tia da recepção quando toca o sinal do começo da aula.
- Nossa, essa menina está acabando com a minha paciência - falo.
- Que menina? - pergunta Miguel.
- A da bicicleta - respondo, sem olhar para ele.
- Ah, sua bobinha. Sabe que o meu amor é todo seu - ele diz, colocando a mão no meu queixo e me puxando.
- Aham, sei - digo.
- É sim - ele diz e me beija.
- Ham ham, os dois pombinhos podem parar? - diz o professor, rindo.
- Desculpa professor, mas essa menina é irresistível - ele diz.
Não vou nem comentar o quão roxa eu fiquei.
- Essa é a nova aluna, ela foi transferida - diz a diretora, entrando na sala.
- Bárbara, prazer - ela fala.
Quando eu olho nem acredito. A menina da bicicleta.
- Seja bem vinda, Bárbara. Pode sentar ali - diz o professor, apontando para uma cadeira na frente da minha.
Ela vai, toda metida.
- Bom, não sei se vocês sabem, mas teremos a apresentação final e já vamos começar a dividir os papéis. Hoje eu trouxe um texto que será lido em casa e na próxima aula já vamos começar a montar - anuncia o professor.
- Essa aula foi legal, estou super empolgado para a peça no fim do ano - diz Miguel.
- Nossa, eu também - respondo, super feliz.
Li o texto. Amei. Era aquela peça que eu queria fazer. Romeu e Julieta.
Uma semana depois começamos a distribuir os papéis. Meu Miguel lindo ficou com o papel principal.
- E quem fará a Julieta será... - o professor começa a falar.

A Menina

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fille (onze)

- Aconteceu o que, Amanda? - perguntei.
- Vem comigo - ela disse.
Quando eu cheguei ele estava sentado normalmente na mesa, mas quando me viu levantou, se ajoelhou e gritou:
- Maria Julia, quer namorar comigo?
Imagina como eu fiquei.
- É claro que sim - falei depois de me recompor.
A praça de almentação inteira começou a aplaudir, ele me puxou e me beijou. Não ouvi mais as palmas, apenas viajei naquele beijo que sempre me deixava louca.
Depois que acabou a aula fomos passear em um bosque que tinha perto da escola, e íamos aproveitar e fazer a tarefa, filmar uma cena escrita por nós.
- Vou comprar um sorvete, quer? - perguntei.
- Quero sim - ele disse.
Cheguei no carrinho de sorvete quando lembrei que esqueci de perguntar que sabor ele queria.
- Me dá duas casquinhas de chocolate, por favor - todo mundo gosta de sorvete de chocolate, né?
Estava voltando, olhando para o sorvete porque eles estavam quase derretendo, que não percebi a bicicleta que vinha na minha direção.
- Cuidado - berrou a menina que estava na bicicleta.
Não deu tempo nem de pensar, quando me dei conta eu já estava no chão. Eu e os sorvetes em cima de mim.
- Aaaaah - berrou a menina, caindo em cima de uns arbustos.
- Você está bem? - perguntei.
- Estou sim - ela respondeu.
Ai, acho que eu tinha quebrado o meu pulso, estava doendo muito.
- Ei meninas, o que aconteceu aqui? - pergunta o Miguel, que deve ter ouvido o grito da criatura.
- Ai, eu cai, está doendo tudo - falou a menina quando viu o MEU namorado.
Ele é uma pessoa legal, então foi ajudar a menina. Ela fez um show, falou que estava passando mal e que tinha quebrado alguma coisa. Claro, porque antes ela estava super bem, né.
Depois de tudo resolvido fomos para a casa dele.
- Ai, meu pulso está doendo - reclamei.
- Porque você não falou isso na hora, amor? - ele perguntou preocupado.
- Sei lá - respondi.
- Besta, vem cá que eu vou cuidar - ele me pegou no colo.
Dormi com ele fazendo massagem na minha mão e acordei no dia seguinte com ele me chamando:
- Amor, vamos para a aula.
Quando estávamos chegando eu olho e vejo a menina da bicicleta bem na minha frente, olhando para o meu namorado.

A Menina