sábado, 30 de outubro de 2010

Fille (quinze)

Não preciso dizer que após ouvir as palavras mais perfeitas do mundo, eu simplesmente dormi. Apaguei. A voz do Miguel ficou ecoando na minha cabeça.

Foram os dois meses mais chatos da minha vida. Fiquei 24 horas por dia deitada em uma cama. Depois do primeiro mês eu já podia receber visitas; todas, mas TODAS as pessoas que eu conhecia foram me dizer pelomenos um 'oi'. Até as que eu nem falava... Enfim.

A peça de final de ano era daqui duas semanas e eu não ia poder participar. Aquela vadia ia fazer par com o meu Miguel, sim MEU. A gente já tinha conversado e estávamos mais apaixonados do que nunca.

Dia da saída do hospital. Ia direto pra casa do Miguel, pois ainda precisava ficar em 'observação', como disse o médico, e na pensão não ia ter como.
Ele abriu a porta para mim e tinha uma faixa enorme escrito 'Fille, minha Fille'.
- O que significa? - perguntei.
- Um dia você vai descobrir - ele disse e me beijou.
- Ah não, me conta amor - afastei ele para ver se ele respondia.
Ele nem se moveu. Sorriu e continuou me beijando.
- Vêm aqui, quero que você ensaie comigo - ele me puxou.
- Tudo bem - respondi.
Nos divertimos muito ensaiando, foi uma tarde maravilhosa, mas do nada o Miguel para e fala:
- Amor, preciso te contar uma coisa.
Gelei.

Continua, A Menina.

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